Bataguassu-Saúde
Sem especialista, gestante é salva por médico voluntário no Pronto Socorro Municipal de Bataguassu
Ainda segundo os familiares o parto normal ocorreu com segurança graças a ajuda do médico voluntário, Dr. Samir
14 OUT 2021
Por Cenário MS
12:50

Nathiely Aparecida Faria dos Santos foi salva por um médico voluntário que realizou seu parto

A Falta de um médico especialista de pronto atendimento no Pronto Socorro Municipal da Santa de Casa de Bataguassu quase terminou em tragédia novamente, desta vez, para a família de Nathiely Aparecida Faria dos Santos. A jovem de 20 anos, gestante de 9 meses, foi salva por um médico voluntário nesta terça-feira (12), feriado nacional, que não faz parte do quadro de médicos do pronto socorro que diante da situação de emergência fez o parto da bebê Yara com segurança.


Esse não é primeiro caso que gestantes passam por momentos de trauma no Pronto Socorro Municipal de Bataguassu na hora do parto neste ano de 2021. Só os que já viraram noticia no Jornal Cenário MS, podemos destacar outros dois como o Caso Joice - mãe que perdeu o bebê em janeiro por falta de um atendimento de um especialista e luta por justiça até hoje - e Caso Eviley - jovem que após a espera de 9 horas por atendimento e muitas dores, teve que optar pelo atendimento particular mesmo sem ter condições de pagar o procedimento para não perder o bebê.


O caso desta semana não é menos absurdo do que os demais, e demostra um dificuldade no pronto atendimento de obstetra para as gestantes em momento de emergência no Pronto Socorro Municipal de Bataguassu.


Segundo a mãe da gestante, sua filha começou a perder líquido amniótico por volta 22h de segunda-feira (11). A jovem foi levada para o Pronto Socorro e chegou no local já depois da meia noite, madrugada de terça-feira. 


"O medico de plantão examinou ela é diz que estava com três dedos de dilatação e chamou o Dr. Genival (obstetra plantonista) que chegou 3h da manhã. O medico de plantão já tinha colocado ela no soro com remédio pra tira a dor porque o Dr. Genival demorou para chegar.


O Genival falou que ela tinha que dilata um dedo por hora então até 9h da manhã de terça-feira, se ela não tivesse normal ele faria uma cesárea. Mas quando ele examinou ela de manhã, as 8h, não tinha dilatado mais e ao invés de fazer a cesárea ele de alta pra ela é mandou minha filha ir para casa, não fez receita, só falo pra ela toma Buscopan se tivesse dor e pediu para ficar de repouso", disse a mãe da gestante que ainda relatou que levou a filha para casa do sogra dela e voltou para fazenda, onde trabalha.


No entanto, ainda na terça-feira (12), Nathiely voltou a sentir dores e foi levada ao hospital novamente por volta das 17h pela cunhada.


"A gente chegou no hospital por volta das 17h e o médico de plantão pediu pra enfermeira realizar o cardiotocografia nela pra ver como estava os batimentos cardíacos da neném. Ele pegou o prontuário e fez várias perguntas do procedimento realizado no dia anterior que ela procurou atendimento porque não estava nem especificado na ficha dela o que foi realizado nem a medicação que deram. O médico que estava de plantão resolveu entrar em contato com o Dr. Genival que é o obstetra de plantão e que atendeu ela de manhã pra saber detalhes, e avisar que estava preocupado com os batimentos cardíacos da neném. O Dr. Genival demorou pra responder, enquanto isso ela estava sentindo forte dores. Na hora que Dr. Genival resolveu responder só pediu paro o médico que estava de plantão dar Buscopan na veia e só chamar ele caso ela tivesse sangramento", relatou a cunhada da gestante.


Conforme a cunhada de Nathiely, o procedimento passado pelo obstetra foi realizado e após a gestante tomar Buscopan, as dores aumentaram e ela entrou em trabalho de parto.


"As médicas que estavam de plantão, prontamente tentaram entrar em contato com o Dr. Genival, porque ele é o médico obstetra que estava de plantão, para informa que a neném poderia a nascer a qualquer momento e ele não atendeu. Depois da tentativa sem sucesso de entrar em contato com ele, os profissionais de plantão resolveram entrar em contato com o Dr. Samir, que nem faz parte da grade dos médicos que trabalham na Santa Casa, e ele prontamente se disponibilizou a ajudar no parto que foi realizado às 20h. Os profissionais também entraram em contato com a pediatra de plantão e ela veio na hora, enquanto o Dr. Genival o obstetra de plantão não deu as caras até agora aqui na Santa Casa", contou a cunhada da gestante.


Ainda segundo os familiares o parto normal ocorreu com segurança graças a ajuda do médico voluntário, Dr. Samir, que realizou o procedimento sem qualquer custo e que após o parto ainda voltou na quarta-feira, para ver a gestante e o bebê, sendo que o obstetra de plantão que deveria dar essa assistência não havia comparecido no hospital até o início da noite de ontem (13). A gestante teve alta nesta quinta-feira (14).


O Jornal Cenário MS, tentou contato com o diretor clínico e técnico da Santa Casa, também responsável pelo atendimento de especialistas no Pronto Socorro Municipal, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.




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