Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram um novo vírus nas águas da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. O Yaravírus brasiliensis, como foi registrado, é o primeiro representante de uma nova família de vírus mais de 90% dele é formado por genes nunca vistos e apenas seis genes apresentam alguma semelhança com sequenciamentos já documentados.
A maioria dos vírus de ameba que já foram vistos compartilham várias características que fazem pesquisadores os classificarem em grupos evolucionários comuns, escrevem Jônatas S. Abrahão e Bernard La Scola (da Universidade Aix-Marseille, na França), responsáveis pelo trabalho publicado na bioRxiv, uma revista científica.
Ao contrário do que foi observado em outros vírus isolados de ameba, o Yaravírus não é representado por uma partícula gigante e um genoma complexo, mas ao mesmo tempo carrega um número importante de genes nunca descritos, dizem. Por ser tão diferente, ele provavelmente pertence a uma nova categoria.
O Yaravírus, que recebeu este nome para homenagear Iara, a senhora das águas, foi encontrado enquanto os pesquisadores procuravam vírus gigantes na Pampulha. Os vírus gigantes foram descoberto apenas em 2003 e mudaram a percepção dos cientistas sobre os micro-organismos: eles possuem genomas complexos, têm capacidade de sintetizar proteínas e, com isso, reparar e replicar o próprio DNA, por exemplo. Antes disso, se acreditava que os vírus não eram seres vivos.
(Metropoles)